Imagem: Material cedido ao Metrópoles
Comando Vermelho Envia Integrantes para a Guerra na Ucrânia para Adquirir Técnicas Criminosas
Investigações revelam que o “intercâmbio do crime” realizado pelo Comando Vermelho visa ensinar aos traficantes técnicas europeias para atacar forças de segurança
05 de Novembro de 2025 às 15:10
A Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro (PCERJ), por meio da Subsecretaria de Inteligência (Ssinte), revelou recentemente que membros da facção criminosa Comando Vermelho (CV) têm sido enviados para a Europa com o intuito de aprender técnicas de ataque à polícia, as quais seriam posteriormente aplicadas no Brasil.
De acordo com investigações da polícia, um dos integrantes do CV foi enviado este ano para a Ucrânia, participando da guerra no país com um objetivo claro: assimilar métodos terroristas usados naquele contexto, para que esses táticas pudessem ser reproduzidas nas comunidades do Rio de Janeiro.
O homem identificado é Philippe Marques Pinto, de 29 anos, cujas ligações com o CV são estreitas. Ele teria proximidade com Antônio Hilário Ferreira, o “Rabicó”, uma das figuras mais influentes dentro da facção e chefe do Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo (RJ). Durante a investigação, foi possível rastrear pelo menos três entradas de Philippe na Europa, além de imagens dele circulando em território ucraniano.
Em um vídeo obtido pela coluna, Philippe aparece em um ambiente de guerra, cumprimentando outros membros da facção, enquanto exibe um fuzil AK-47. Nas imagens, ele faz referência ao "CV puro e sem mistura" e manda um abraço a um chefe de comunidade do CV, conhecido pelo codinome “Cafu”.
"É o CV puro e sem mistura. Um forte abraço para o meu mano Cafu, eterno dono da favela da Central; forte abraço para todos os irmãos que estão na correria, na luta do dia a dia", disse Philippe no vídeo. Ele também expressa sua fidelidade ao grupo, mencionando que, independentemente da localização, a facção permanece unida. "Seja em qual parte do mundo estivermos, nós somos eternos soldados do Cafu", afirmou.
No final da gravação, Philippe demonstra o fuzil AK-47 e faz questão de garantir que a arma não era de mentira, dizendo: “Essa daqui é de verdade”, enquanto desmonta os acessórios da arma.
A Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) já instaurou um inquérito para investigar os acontecimentos. Além de ser conhecido por sua atuação no tráfico de drogas, Philippe Marques Pinto deverá responder também por apologia ao tráfico e associação para o tráfico.
O “intercâmbio do crime” promovido pelo Comando Vermelho indica uma crescente internacionalização das facções criminosas brasileiras, que buscam expandir seus conhecimentos em técnicas de violência e terrorismo para aplicar em suas operações no país. As autoridades seguem monitorando as ações do CV e de outros grupos com potencial para disseminar práticas de extrema violência no Brasil.
