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News→Saúde→USP alerta para risco de novo transmissor da malária chegar ao Brasil

USP alerta para risco de novo transmissor da malária chegar ao Brasil

Espécie asiática já se espalha pelo continente africano e pode se estabelecer em centros urbanos brasileiros por meio dos portos, segundo estudo

Por Redação 100.9
26 de Agosto de 2025 às 15:50

As mudanças climáticas e a crescente urbanização estão abrindo caminho para que a malária ultrapasse as fronteiras das florestas e avance sobre as cidades. É o que aponta um novo estudo desenvolvido por pesquisadores da Faculdade de Saúde Pública (FSP) e do Grupo de Estudos em Saúde Planetária Brasil (SPBr), ambos vinculados à Universidade de São Paulo (USP).

A pesquisa, publicada recentemente na revista Scientific Reports, lança um alerta sobre o Anopheles stephensi, um mosquito originário da Ásia, que nos últimos anos tem se expandido pela África e agora representa uma ameaça potencial ao Brasil. A preocupação dos cientistas está na alta capacidade de adaptação do vetor a ambientes urbanos – algo incomum para os mosquitos tradicionalmente associados à transmissão da malária no país.

Diferente do Anopheles darlingi, principal vetor brasileiro e típico de áreas florestais, o Anopheles stephensi apresenta comportamentos semelhantes ao conhecido Aedes aegypti – transmissor da dengue, zika e chikungunya. Ele se reproduz em ambientes urbanos, utilizando recipientes com água parada, como pneus, latas e caixas d’água, o que facilita sua propagação em áreas densamente povoadas.

Portos como porta de entrada
A principal rota de chegada do mosquito ao Brasil, segundo os pesquisadores, seria o transporte marítimo internacional. A movimentação de cargas entre continentes pode, acidentalmente, transportar ovos e até mosquitos já adultos, como explica o coordenador do SPBr e coautor do estudo, André Luís Acosta:

“Quando esse navio [de mercadorias] descarrega no outro porto, pode levar até mesmo mosquitos adultos, porque alguns eclodem durante a viagem.”

A ameaça é ampliada pelo fato de que os principais portos brasileiros estão localizados em regiões urbanas altamente populosas. O estudo destaca que, uma vez introduzido, o vetor pode se espalhar não só pelas rotas de transporte, mas também por fluxos de vento, como já foi observado no Mali, na África.

Acosta reforça que a melhor estratégia é impedir a chegada do mosquito antes que ele comece a transmitir a doença:

“A detecção do mosquito antes de algum processo de transmissão de malária é o mais importante para conseguirmos monitorar e controlar a entrada do vetor, e com isso reduzir o risco de urbanização da malária.”


Cenário climático favorável
O estudo utilizou modelagens climáticas com dados históricos de 1970 a 2010, além de projeções até o ano de 2100. A análise mostrou que 40% da população mundial já vive em áreas com condições propícias para o Anopheles stephensi – número que pode chegar a 56% até o fim do século, caso o aquecimento global siga nos níveis atuais.

Foram aplicados oito modelos estatísticos distintos, baseados em três centros internacionais de modelagem climática. Os resultados convergem para um mesmo cenário: o Brasil reúne clima e habitat urbano ideais para a sobrevivência do mosquito invasor.

“Se o clima é parecido, o risco já é muito grande, porque o principal limitante inicial para as espécies invasoras se expandirem após introduzidas é o clima. Se essa barreira desaparece e existe hábitat disponível – como latinhas jogadas acumulando água, e tudo aquilo que os mosquitos Aedes aegypti já usam nas cidades para sobreviver – o risco deste novo vetor ser introduzido é muito grande, é absurdo”, alerta Acosta.

Apesar da ameaça iminente, o pesquisador critica a ausência de um sistema de vigilância específico nos portos brasileiros:

“Não existe nenhum controle de vigilância ou de monitoramento que busque encontrar esse mosquito em portos. Este é o nosso principal motivo para alertar a necessidade de levantamentos sistemáticos em campo.”


O que é a malária?
A malária é uma infecção causada por parasitas do gênero Plasmodium, transmitidos ao ser humano pela picada da fêmea do mosquito Anopheles – popularmente conhecido como mosquito-prego. Os sintomas envolvem febre alta, calafrios, fraqueza extrema, confusão mental, sangramentos e, em casos graves, pode levar à morte.

De acordo com o Ministério da Saúde, a maioria dos casos no Brasil está concentrada na região amazônica, especialmente nos estados do Amazonas, Acre, Pará, Rondônia e Roraima. O tratamento é oferecido gratuitamente pelo SUS e tem alta eficácia, mas o diagnóstico precoce é essencial para evitar complicações.


População pode ajudar
Enquanto o país ainda não conta com uma estratégia pública voltada à detecção do Anopheles stephensi, os especialistas recomendam que a população adote os mesmos cuidados já conhecidos no combate ao Aedes aegypti: evitar o acúmulo de água parada em ambientes domésticos e ao redor das casas.

Além disso, os pesquisadores da USP têm investido em ações de conscientização, como a campanha “Malária Global”, voltada à difusão de informações sobre a ameaça representada pelo novo vetor.

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