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PCC decidiu execução de ex-delegado-geral em reunião da cúpula na zona leste de SP

Investigadores apontam que assassinato de Ruy Ferraz Fontes foi resultado de plano antigo arquitetado pela facção; deliberação sobre ataques teria ocorrido em 2019, com aval da chamada “Sintonia dos 14”

Por Redação 100.9
17 de Setembro de 2025 às 16:30

A ordem para executar o ex-delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Ruy Ferraz Fontes, partiu do topo da hierarquia do Primeiro Comando da Capital (PCC) e foi discutida abertamente em uma reunião da facção, realizada no dia 10 de março de 2019, na zona leste da capital paulista. À época, o plano tinha como objetivo retaliar autoridades consideradas inimigas do grupo criminoso.

A informação foi revelada por investigações do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) e reforçada por um documento interno da facção — o chamado “salve” — assinado pela Sintonia Geral do PCC. O material traz ordens explícitas de execução e foi apreendido durante uma operação policial no mesmo ano.

Fontes, que atualmente atuava como secretário de Administração em Praia Grande, no litoral de São Paulo, foi morto a tiros na última segunda-feira (15/9), após ser perseguido e alvejado por criminosos fortemente armados. A execução, diante de dezenas de testemunhas, levanta a suspeita de que a facção tenha concretizado um plano antigo.


A reunião do Bonde dos 14

A articulação do plano, segundo apontam os investigadores, teve como peça-chave Nailton Vasconcelos Martins, conhecido como “Irmão Molejo”. Ele foi responsável por organizar a reunião de 2019 no bairro Cidade Tiradentes, zona leste, com o objetivo de repassar determinações diretas do alto comando do PCC.

Molejo fazia parte da célula conhecida como “Bonde dos 14”, espécie de conselho deliberativo da facção na região leste da capital. Com histórico de liderança dentro e fora dos presídios, ele tinha sob seu comando dezenas de pontos de venda de drogas e atuava na interlocução direta com outras sintonias.

Conforme revelado pelas investigações, a decisão de matar Ruy Ferraz partiu de Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, principal liderança do PCC, que atribuiu ao ex-delegado responsabilidade por sua transferência para o Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) — e posteriormente ao sistema penitenciário federal.

A ordem teria sido repassada a Décio Gouveia Luiz, o Decinho, que, em liberdade, encarregou Molejo de coordenar a reunião para organizar os ataques.


A carta que expôs o plano

O conteúdo do “salve” — uma carta manuscrita interceptada com Sandro de Cássio, o Gardenal, em junho de 2019 — foi decisivo para expor a existência de um plano de execução contra Fontes e outros dois policiais civis. O documento detalha as missões, os alvos e os responsáveis por cada atentado.

Segundo a carta, a missão contra o então delegado-geral foi atribuída aos criminosos Fernando Henrique dos Santos (Koringa), Cleberson Paulo dos Santos (Mimo), Jhonatan Alexandre Rodrigues (Barata), Alan Donizeti dos Santos (Tererê) e Marcos Ferreira de Souza (Corintiano).

A mensagem era direta: os “irmãos” que não cumprissem suas ordens seriam cobrados “à altura, pagando com a própria vida”.

Abaixo, um trecho do “salve”, na íntegra:

“Está determinado que seja feito de bate pronto esses trampos. Um forte abraço a todos. Seguiremos incansavelmente. Sintonia Geral.”


Execução meticulosamente planejada

De acordo com os investigadores, os responsáveis pela execução monitoravam a rotina de Ruy Ferraz. Imagens de câmeras de segurança mostram que, por volta das 18h02, uma Hilux preta estacionou em uma rua da Praia Grande. Minutos depois, quando o Fiat Argo do ex-delegado passou, os criminosos iniciaram os disparos.

O ataque seguiu por cerca de 2,5 quilômetros, durante os quais os ocupantes da Hilux atiraram contra o carro da vítima, atingindo inclusive um casal de civis — ferido sem gravidade. O veículo de Fontes colidiu com dois ônibus e capotou na Avenida Doutor Roberto de Almeida Vinhas.

Mesmo após o acidente, três atiradores desceram da Hilux, executaram o ex-delegado com dezenas de disparos e fugiram em seguida. O grupo portava armas longas, usava coletes balísticos e capuzes.

A Hilux foi encontrada em chamas cerca de dois quilômetros adiante. Perto dali, a polícia localizou um Jeep Renegade com motor ligado — veículo furtado e possivelmente usado na fuga. Próximo ao local, foram achados carregadores de fuzil e pistola, além de cápsulas deflagradas.


Investigações em andamento

Dois suspeitos já foram identificados, segundo o secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite. Nenhum deles foi preso até o momento. A polícia não descarta outras linhas de apuração, inclusive a hipótese de que o crime esteja relacionado à atuação de Ruy Ferraz na prefeitura de Praia Grande, onde teria feito inimigos.

Entretanto, o histórico do ex-delegado com a facção pesa mais nas investigações. Fontes era considerado um dos principais algozes do PCC. Ao longo de sua carreira de 40 anos, especializou-se no combate à organização criminosa e teve papel central em operações que prejudicaram significativamente o grupo.


“Covardemente executado”, diz diretora da Adepol

A morte de Ruy Ferraz causou comoção entre membros da segurança pública e autoridades. Em nota, Raquel Kobashi Gallinati Lombardi, diretora da Academia Nacional dos Delegados de Polícia (Adepol do Brasil), lamentou a perda:

“Um dos melhores Delegados-Gerais que conheci, Ruy foi executado covardemente hoje por criminosos, após uma trajetória marcada pelo combate firme e incessante ao PCC, impondo enormes prejuízos ao crime organizado".

Ruy Ferraz Fontes ocupou o cargo de delegado-geral entre 2019 e 2022, durante a gestão de João Doria. Desde janeiro de 2023, atuava como secretário municipal. Ele foi sepultado na tarde de terça-feira (16/9), no Cemitério da Paz, na zona sul de São Paulo.

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