Protestos por morte de motociclista de app geram caos em São Luís com vias bloqueadas, fogo em barricadas e confronto com moradores

A cidade de São Luís (MA) enfrentou uma noite de intensos protestos nesta terça-feira (26), após a confirmação da morte do motociclista de aplicativo Franklin César, de 25 anos, que estava desaparecido desde o fim de semana. Os atos, organizados por colegas de profissão e apoiadores, se espalharam por diversos pontos da cidade, provocando bloqueios em vias principais, incêndios em barricadas e confrontos com moradores.

No início da noite, o primeiro grande bloqueio ocorreu no Elevado da Cohama, uma das principais ligações viárias da capital. A interdição durou mais de quatro horas e causou retenções nas avenidas Jerônimo de Albuquerque, Daniel de La Touche e São Luís Rei de França. Milhares de motoristas ficaram presos no congestionamento, enquanto manifestantes exigiam justiça e respostas das autoridades sobre o caso.

A mobilização seguiu para outras regiões, como a Ponte do Caratatiua, onde motociclistas incendiaram pneus e entulhos nos dois sentidos da via, interrompendo completamente o tráfego por cerca de 30 minutos. O Corpo de Bombeiros foi acionado para conter as chamas, enquanto o trânsito voltou a se acumular nas avenidas de acesso.

Cena semelhante foi registrada na Avenida São Sebastião, no bairro Cruzeiro do Anil. Motoristas, na tentativa de escapar do bloqueio, chegaram a dirigir sobre a calçada. Antes mesmo da chegada dos bombeiros, moradores e um motorista de ônibus tentaram controlar o fogo com baldes de água e extintores improvisados.

Por volta das 23h, mais uma barricada foi montada na Avenida dos Franceses, nas proximidades do centro da capital. Durante esse ato, viralizou nas redes sociais um vídeo em que agentes da Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (SMTT) são cercados e hostilizados por um grupo de motociclistas nas imediações de um shopping, no bairro Ipase.

A Polícia Militar do Maranhão (PMMA) e o Corpo de Bombeiros estiveram presentes nos principais pontos de interdição, atuando para desmobilizar os protestos e liberar as vias. Apesar da tensão, não houve registro de feridos durante as ações dos órgãos de segurança nessas áreas públicas.

No entanto, no bairro Bequimão, o clima ficou ainda mais tenso. Manifestantes se concentraram na entrada do Residencial Península do Ipase, onde o corpo de Franklin foi localizado no início da semana. Segundo relatos da PM, durante uma tentativa de invasão ao condomínio, moradores teriam efetuado pelo menos dois disparos de arma de fogo para conter o avanço dos manifestantes. Não houve feridos, mas o episódio gerou pânico entre os presentes.