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Imagem: Andrew Harnik/Getty Images
Kremlin responde a Trump: "A Rússia é um urso, não 'tigre de papel'"
Após as declarações de Donald Trump sobre a Rússia, o governo russo se manifestou nesta quarta-feira (24/9), criticando o ex-presidente norte-americano que havia comparado o Kremlin a um "tigre de papel". A provocação de Trump ocorreu depois de um encontro com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, em Nova York. A fala do republicano foi prontamente rebatida pelo porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.
Por Redação 100.9
24 de Setembro de 2025 às 16:13
Em entrevista ao jornal econômico russo RBK, Peskov ironizou a comparação de Trump e fez uma analogia com o animal que, para ele, melhor representa o país. "A Rússia não é um tigre. A Rússia é mais frequentemente associada a um urso. Não existem "ursos de papel, e a Rússia é um urso de verdade", afirmou o porta-voz.
Na terça-feira (23/9), Trump havia declarado que a Ucrânia tem condições de retomar seus territórios, se contando com apoio contínuo da União Europeia e da Otan. O ex-presidente norte-americano alegou que a Rússia enfrenta “grandes problemas econômicos” e que este seria o momento ideal para Kiev agir. Ele sugeriu que restaurar as fronteiras de 1991, incluindo as regiões ocupadas antes da guerra de 2022, como a Crimeia, seria possível.
Trump, em post na rede Truth Social, afirmou que a Rússia "vem lutando sem rumo há três anos e meio", uma guerra que, segundo ele, deveria ter sido vencida em uma semana por uma potência militar de verdade. "Isso não distingue a Rússia. Na verdade, está fazendo com que pareçam um tigre de papel", concluiu.
A resposta do Kremlin veio em tom de deboche, com Peskov desconsiderando a avaliação de Trump sobre a fragilidade da Rússia. O porta-voz reconheceu que o país enfrenta desafios, agravados pelas sanções impostas, mas afirmou que a economia russa se adaptou bem às dificuldades e conseguiu garantir o fornecimento de equipamentos militares essenciais. Peskov ainda sugeriu que Trump, como empresário, tenta pressionar aliados a comprar petróleo e gás norte-americanos, mas ressaltou que o presidente Vladimir Putin “valoriza muito” os esforços do republicano em se posicionar como mediador.
Peskov também comentou sobre o andamento das negociações entre Rússia e Estados Unidos, afirmando que essas avançam de forma lenta, principalmente porque Washington condiciona o restabelecimento das relações ao desfecho da guerra na Ucrânia. “As negociações entre Rússia e Estados Unidos avançam lentamente, porque Washington vincula o restabelecimento das relações ao desfecho da guerra na Ucrânia", afirmou o porta-voz.
O governo russo, por sua vez, mantém a postura de que está aberto a uma solução pacífica, mas reforça que a dinâmica militar está favorecendo Moscou. “Para aqueles que não querem negociar hoje, sua posição será muito pior amanhã ou depois de amanhã”, alertou Peskov.
Desde 2022, a Rússia controla partes das regiões de Donetsk, Luhansk, Zaporíjia e Kherson, além da Crimeia, que foi anexada em 2014. A Ucrânia insiste na retoma de todos os seus territórios como condição para qualquer acordo de paz.