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Imagem: Fabiano Rocha / Agência O Globo
Imprensa Internacional Repercutiu o Dia Seguinte à Megaoperação no Rio
Número de mortes em operação contra o CV no Rio chegou a ao menos 119. Imprensa internacional descreve como “massacre” e “guerra civil".
Por Redação 100.9
29 de Outubro de 2025 às 16:42
A megaoperação desencadeada contra o Comando Vermelho (CV) nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro, continua a gerar grande repercussão na imprensa internacional, após a atualização do número de mortos para 119, nesta quarta-feira (29/10). A operação, que já é considerada a mais letal da história do estado, gerou um intenso debate global, sendo descrita por veículos estrangeiros como um “massacre” e até mesmo uma “guerra civil”.
Operação Deixa 119 Mortos, Quatro Policiais Incluídos
Desde terça-feira (28/10), a mídia internacional vem acompanhando de perto o desdobramento da operação. Com o governo do Rio de Janeiro classificando a ação como um "sucesso" contra o tráfico de drogas, as organizações de direitos humanos e a imprensa internacional chamam atenção para o número elevado de mortos e a falta de clareza nas informações oficiais.
A operação mobilizou cerca de 2,5 mil policiais civis e militares e, segundo a Secretaria de Polícia Civil, resultou em 119 mortes, sendo 115 classificadas como "narcoterroristas" e quatro policiais. Além disso, mais de 100 fuzis foram apreendidos, e 113 pessoas foram presas. Durante a madrugada de quarta-feira, moradores da região transportaram 72 corpos para a Praça São Lucas, na Penha, para reconhecimento, muitos dos quais apresentavam marcas de tiros e perfurações. Imagens aéreas feitas por drones mostraram corpos dispostos em fileiras, com familiares ao redor, cercando os cadáveres.
Repercussão Internacional: "Massacre" e "Guerra Civil"
Veículos internacionais têm se posicionado de forma enfática sobre a operação. O Süddeutsche Zeitung, um dos principais jornais da Alemanha, relatou que o Rio de Janeiro vive uma “situação semelhante a uma guerra civil”, descrevendo a operação como o confronto mais sangrento entre a polícia e facções criminosas da história da cidade.
O Clarín, da Argentina, manteve cobertura ao vivo do caso e classificou a operação como um “massacre”, relatando que dezenas de corpos foram encontrados em áreas de mata e praças. O portal argentino também destacou o aumento da vigilância nas fronteiras do país, com a ministra da Segurança, Patricia Bullrich, colocando o território em “alerta máximo” para monitorar possíveis deslocamentos de criminosos.
Na mesma linha, o El País da Espanha relatou que o número de mortos subiu após moradores encontrarem cerca de 60 corpos adicionais, elevando a operação ao status de “a mais sangrenta da história do Brasil”. O jornal espanhol descreveu um Rio de Janeiro "silencioso e esvaziado", com ruas desertas e moradores aterrorizados pela sequência de confrontos.
O Le Monde, da França, também tratou do caso, destacando o repúdio internacional e a posição da ONU, que expressou “horror” diante dos eventos e exigiu uma investigação urgente sobre as mortes. Já o colombiano El Tiempo comentou que tais operações se tornaram rotina nas favelas do Rio, onde as trocas de tiros entre agentes e traficantes colocam a população em risco, constantemente presa no fogo cruzado.
O Que Dizem as Autoridades
O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), descreveu a operação como "um sucesso", negando qualquer alegação de vítimas civis. No entanto, o governo federal demonstrou preocupação e pediu esclarecimentos sobre os detalhes da operação.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi informado sobre os desdobramentos da ação e, segundo o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, o presidente ficou “estarrecido” com o número de mortos.
A operação é um reflexo da crescente tensão no estado do Rio de Janeiro, onde a violência associada ao tráfico de drogas continua a desafiar as autoridades e a sociedade. O debate sobre a eficácia da violência policial e os direitos humanos segue sendo um tema central nas discussões em todo o mundo.