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Imagem: Gov RJ
Chefões do Comando Vermelho são transferidos para o presídio de Catanduvas, onde está Beira-Mar
Líderes do tráfico, que estavam em Bangu 1, seguem para unidade de segurança máxima no Paraná; isolamento visa evitar comunicação com a facção e outros criminosos
Por Redação 100.9
12 de Novembro de 2025 às 14:25
Nesta quarta-feira, 12 de novembro, sete líderes do Comando Vermelho (CV) começaram a ser transferidos para a Penitenciária Federal de Catanduvas, no Paraná. A mesma unidade onde cumpre pena Fernandinho Beira-Mar, considerado uma das maiores lideranças da facção e o primeiro criminoso a ser alocado no sistema penitenciário federal, desde 2006.
Apesar de estarem na mesma penitenciária, os detentos não terão contato nem entre si, nem com Beira-Mar. Essa medida é parte do protocolo de segurança adotado pelo sistema penitenciário federal, com o objetivo de evitar qualquer tipo de comunicação entre líderes do crime organizado e suas bases no exterior, conforme explicaram fontes do Ministério da Justiça e da Polícia Penal Federal, responsáveis pela escolta.
A transferência foi uma ação coordenada pela Polícia Penal Federal, que organizou um esquema de segurança rigoroso para garantir o transporte dos criminosos. Os sete membros da cúpula do Comando Vermelho estavam presos no presídio de Bangu 1, no Complexo de Gericinó, no Rio de Janeiro. De lá, seguiram até a Base Aérea do Galeão, onde embarcaram para o Paraná.
A decisão foi tomada pelo juiz Rafael Estrela Nóbrega, da Vara de Execuções Penais (VEP) do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), atendendo a um pedido do Ministério da Justiça e da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap-RJ). Em sua sentença, o magistrado destacou a necessidade de preservar a segurança pública e restabelecer o controle do sistema prisional do Rio, diante da crescente articulação do crime dentro das unidades prisionais.
"É dever deste juízo preservar o interesse coletivo sobre o individual, especialmente diante de risco real de reincidência e coordenação de práticas criminosas a partir do cárcere", afirmou o juiz em sua decisão.
Lideranças do CV transferidas para Catanduvas
Os sete criminosos enviados para Catanduvas são apontados como lideranças ativas do Comando Vermelho e desempenhavam papéis cruciais na coordenação das atividades criminosas, especialmente na comunicação entre a cúpula da facção e as comunidades do Rio de Janeiro.
Confira abaixo a lista dos detentos transferidos:
Arnaldo da Silva Dias, conhecido como Naldinho, responsável pela administração do “fundo financeiro” do CV em Resende;
Carlos Vinícius Lírio da Silva, o Cabeça do Sabão, atuante na comunidade do Sabão, em Niterói;
Eliezer Miranda Joaquim, conhecido como Criam, chefe da facção na Baixada Fluminense;
Fabrício de Melo de Jesus, o Bicinho, de Volta Redonda, integrante da comissão do CV;
Marco Antônio Pereira Firmino da Silva, o My Thor, líder no Morro Santo Amaro, na Zona Sul do Rio;
Alexander de Jesus Carlos, o Choque (ou Coroa), ligado ao Complexo do Alemão;
Roberto de Souza Brito, o Irmão Metralha, também do Complexo do Alemão.
Outros casos ainda em análise
Além dos sete líderes transferidos, a Justiça do Rio ainda avalia a situação de outros três presos, conforme informações da Secretaria da Polícia Civil. Eles são:
Wagner Teixeira Carlos;
Leonardo Farinazzo Pampuri, o Léo Barrão;
Riam Maurício Tavares Mota, cabo da Marinha preso em 2023 sob acusação de operar drones a serviço do Comando Vermelho, com dispositivos para atacar facções rivais e forças de segurança.
O caso de Riam segue em tramitação no sistema de Justiça Militar e também no juízo de organizações criminosas.
A decisão estratégica de enviar os líderes para Catanduvas
A escolha de transferir todos os criminosos para a Penitenciária Federal de Catanduvas foi tomada após discussões internas no governo. A medida visa centralizar a custódia desses líderes em uma única unidade de segurança máxima no início, antes de redistribuí-los em outras unidades federais ao longo do tempo. A médio e longo prazo, o Plano de Rodízio Federal prevê a transferência dos membros do Comando Vermelho para as penitenciárias de Brasília (DF), Porto Velho (RO), Mossoró (RN) e Campo Grande (MS).
Essa rotatividade tem como objetivo quebrar a estrutura de comando das facções, impedindo que os criminosos reorganizem suas atividades a partir do cárcere.
Operação Contenção e a necessidade de isolamento
A decisão de transferir os sete criminosos ocorre logo após a realização da Operação Contenção, que resultou na morte de 121 pessoas, entre elas, dois policiais civis e dois militares do BOPE. A operação revelou planos de ataque e evidências de comunicação entre líderes do Comando Vermelho, que estão presos, e criminosos ainda em liberdade.
Diante desses fatos, a transferência dos líderes para o sistema penitenciário federal visa garantir que a comunicação entre as facções seja totalmente interrompida e, assim, reduzir os riscos de novos crimes coordenados a partir de dentro das prisões.