Dólar tem alta com impasse nas negociações sobre tarifas e inflação no Brasil

O mercado de câmbio e as ações começaram o pregão desta sexta-feira (25/7) com grandes oscilações. Às 10h30, o dólar subia 0,25% em relação ao real, sendo negociado a R$ 5,53. Mais cedo, por volta das 9h45, a moeda norte-americana avançava 0,43%, alcançando R$ 5,54. No pregão anterior, o dólar havia recuado 0,05%, fechando a R$ 5,51.
O índice Ibovespa, principal indicador da Bolsa brasileira (B3), também registrava leve alta de 0,15%, aos 134.003 pontos, por volta das 10h40.

Esse movimento de valorização da moeda americana reflete uma tendência global. Às 10h15, o índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a outras seis moedas de economias desenvolvidas, estava em alta de 0,36%. O dólar também ganhava força frente a outras divisas de países emergentes, como o peso mexicano (+0,14%) e o colombiano (+0,22%).

Nas últimas semanas, o principal fator influenciando o câmbio tem sido as discussões sobre tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. No Brasil, essas tarifas, fixadas em 50% sobre produtos importados, devem entrar em vigor em 1º de agosto. Até o momento, não há avanços significativos nas negociações entre os dois países. Recentemente, os EUA têm pressionado para obter acesso preferencial às reservas de minerais críticos do Brasil, essenciais para a produção de tecnologias. Para analistas, isso pode ser usado como uma forma de barganha pelo governo norte-americano.

Acordo com a União Europeia
Nesta sexta-feira, o mercado acompanha atentamente os desdobramentos das negociações entre Trump e a União Europeia (UE), que podem resultar em um acordo comercial. A expectativa dos europeus é de que um entendimento possa ser alcançado, estabelecendo uma tarifa de 15% para produtos do bloco. Essa possibilidade contribui para a valorização do dólar no cenário global na manhã desta sexta-feira.

Inflação no Brasil
No cenário interno, os investidores também estão atentos aos dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado uma prévia da inflação, divulgados hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O índice apresentou uma alta de 0,33% em julho, 0,07 ponto percentual a mais do que o registrado em junho (0,26%). O resultado ficou ligeiramente acima da expectativa dos analistas, que aguardavam uma variação de 0,30%.