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Pontos de não retorno: os limites invisíveis que ameaçam o futuro da Terra
Estudos apontam que o planeta está cada vez mais próximo de cruzar fronteiras climáticas irreversíveis. Cientistas alertam: é preciso agir com urgência para evitar consequências catastróficas.
Por Redação 100.9
07 de Agosto de 2025 às 15:12
A Terra está perigosamente perto de acionar mecanismos de mudança irreversível no sistema climático global. Conhecidos como "pontos de não retorno" (ou tipping points), esses limites representam marcos críticos: ao serem ultrapassados, podem desencadear transformações drásticas e permanentes no equilíbrio ecológico do planeta.
De acordo com um novo estudo conduzido por pesquisadores da Universidade de Exeter, no Reino Unido, e publicado em abril de 2025 na revista Earth System Dynamics, pelo menos 16 pontos críticos estão sob risco. Entre eles estão o colapso de camadas de gelo polares, a morte em massa de recifes de coral tropicais e o colapso de ecossistemas como a Floresta Amazônica.
A análise apresenta um cenário preocupante: mesmo com ações climáticas moderadas, há uma probabilidade média de 62% de que esses limites sejam ultrapassados. E isso, mesmo considerando impactos menores advindos de fatores como o derretimento do permafrost (solo permanentemente congelado presente no Ártico) e o avanço do desmatamento na Amazônia.
O levantamento, que contou com financiamento do Bezos Earth Fund, reforça que, embora o planeta esteja em rota de colisão com esses limiares críticos, ainda há tempo para evitar o pior — mas a janela de ação está se fechando rapidamente. Os autores destacam que mudanças urgentes nas políticas globais são necessárias para reduzir os riscos e manter a estabilidade do sistema terrestre.
Aquecimento global já pode ter acionado limites irreversíveis A gravidade da situação é intensificada por evidências anteriores. Um estudo publicado na revista Science em 2022 já alertava que, mesmo com 1,5 °C de aquecimento — limite estabelecido pelo Acordo de Paris —, pelo menos quatro pontos de não retorno poderiam ser desencadeados. Entre eles estão o colapso das camadas de gelo da Groenlândia e da Antártida Ocidental, além do desaparecimento acelerado dos recifes de coral.
Para entender o impacto desses eventos, basta imaginar consequências como o derretimento irreversível das grandes geleiras, o aquecimento contínuo dos oceanos e a destruição de habitats essenciais para a biodiversidade. Essas alterações não apenas elevam o nível dos mares, como também afetam a estabilidade climática global, colocando em risco bilhões de vidas humanas e de outras espécies.
A chance de virar o jogo ainda existe Apesar do cenário alarmante, os cientistas enfatizam que o futuro ainda pode ser moldado. Para isso, será necessário promover uma redução rápida nas emissões de gases do efeito estufa, acelerar a transição para fontes de energia limpa e adotar políticas públicas ambiciosas de proteção ambiental e restauração de ecossistemas.
A mensagem principal dos estudos é clara: a inércia pode custar caro. Mas se houver vontade política e ação coordenada em escala global, é possível frear o avanço rumo ao ponto de não retorno — e garantir um futuro mais estável e seguro para o planeta.