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Nasa identifica nova lua orbitando Urano com ajuda do telescópio James Webb
Descoberta feita em fevereiro foi revelada ao público nesta terça-feira (19/8); pequeno satélite eleva para 29 o número de luas conhecidas ao redor do planeta
Por Redação 100.9
20 de Agosto de 2025 às 15:05
A Nasa confirmou uma nova descoberta no Sistema Solar: um pequeno satélite natural foi identificado orbitando Urano. A revelação foi feita nesta terça-feira (19/8) e marca um avanço importante nas observações astronômicas modernas. O achado eleva para 29 o número total de luas conhecidas do planeta, o terceiro maior do Sistema Solar.
A identificação foi realizada por meio do Telescópio Espacial James Webb, em uma série de imagens captadas no dia 2 de fevereiro de 2025. A operação foi liderada por cientistas do Southwest Research Institute (SwRI), nos Estados Unidos, que utilizou a tecnologia de ponta do telescópio para detectar o minúsculo corpo celeste.
“É uma lua pequena, mas uma descoberta significativa, algo que nem mesmo a sonda espacial Voyager 2 da Nasa conseguiu observar durante seu sobrevoo há quase 40 anos”, afirmou Maryame El Moutamid, cientista-chefe da Divisão de Ciência e Exploração do Sistema Solar do SwRI.
Segundo os pesquisadores, o satélite recém-descoberto mede cerca de 10 quilômetros de diâmetro — uma dimensão considerada modesta em comparação com outras luas conhecidas, mas que ainda assim tem grande valor científico. A lua está situada a aproximadamente 56 mil quilômetros do centro de Urano e pode fazer parte de um sistema de pequenas luas internas, localizadas mais próximas do planeta do que os grandes satélites já conhecidos, como Miranda, Ariel, Umbriel, Titânia e Oberon.
Esses nomes, vale lembrar, são inspirados em personagens das obras de William Shakespeare e Alexander Pope, conforme a tradição estabelecida pela União Astronômica Internacional (IAU).
Matthew Tiscareno, um dos integrantes da equipe de pesquisa, destacou a complexidade das interações entre os anéis de Urano e suas luas menores: "Urano possui muitas luas internas pequenas, que têm complexas inter-relações com os anéis do planeta", afirmou.
Telescópio James Webb foi decisivo para a descoberta
O sucesso da missão só foi possível graças ao alto desempenho da Câmera de Infravermelho Próximo (NIRCam), embarcada no James Webb. Foram necessárias dez imagens de longa exposição — cada uma com 40 minutos de duração — para que a lua pudesse ser identificada com clareza. Essa tecnologia permite detectar objetos tênues e distantes, invisíveis aos instrumentos ópticos convencionais.
A nova lua passou despercebida durante a missão da sonda Voyager 2 em 1986 e também não foi detectada por observatórios espaciais anteriores. O James Webb, porém, por sua alta resolução e sensibilidade no espectro infravermelho, conseguiu captar o objeto com precisão.
“Por meio deste e de outros programas, o Webb está oferecendo uma nova perspectiva sobre o Sistema Solar externo. Esta descoberta permite que cientistas do mundo todo proponham investigações usando os instrumentos de ponta do telescópio. A alta resolução e a sensibilidade infravermelha do instrumento NIRCam o tornam especialmente apto a detectar objetos tênues e distantes que estavam além do alcance de observatórios anteriores”, explicou Tiscareno.
O que é o Telescópio Espacial James Webb?
Lançado com o objetivo de substituir o veterano Hubble, o James Webb é um dos maiores projetos de observação espacial já realizados. Desenvolvido em parceria entre a Nasa, a Agência Espacial Europeia (ESA) e a Agência Espacial Canadense (CSA), o telescópio opera a mais de 1 milhão de quilômetros da Terra.
Seu propósito vai além da simples observação: ele é uma ferramenta chave para entender a origem do universo, investigar exoplanetas, estudar a formação de galáxias, estrelas e buracos negros, e agora, identificar pequenos satélites naturais em locais remotos do Sistema Solar.
Nome da nova lua ainda será definido
Apesar de já fazer parte oficialmente da contagem de luas de Urano, o novo satélite ainda não recebeu um nome. O processo de nomeação é de responsabilidade da União Astronômica Internacional (IAU), entidade que supervisiona a designação oficial de corpos celestes.
Até que seja nomeada, a pequena lua continua sendo um lembrete do quanto ainda há para ser descoberto, mesmo dentro do nosso próprio Sistema Solar.
