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"Presidência da Câmara é inegociável", afirma Hugo Motta após sessão tumultuada
Em meio a crise no plenário, presidente da Câmara nega acordo com oposição e reforça que não abre mão de suas prerrogativas
Por Redação 100.9
07 de Agosto de 2025 às 16:45
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou nesta quinta-feira (7/8) que não aceita qualquer negociação em torno de suas prerrogativas à frente da Casa. A declaração foi feita após o parlamentar reassumir o controle da Mesa Diretora, tomado momentaneamente por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante a noite anterior, em uma sessão marcada por tensão e desordem.
Durante conversa com a imprensa na entrada do Congresso, Motta foi categórico ao reforçar que não há espaço para concessões quando se trata de seu papel institucional. "A presidência da Câmara é inegociável. Quero que isso fique bem claro. As matérias que estão saindo sobre a negociação feita por esta presidência para que os trabalhos fossem retomados não está vinculada a nenhuma pauta. O presidente da Câmara não negocia as suas prerrogativas, nem com a oposição, nem com o governo, nem com absolutamente ninguém", declarou.
As declarações surgem após rumores de que haveria um acordo com parlamentares da oposição bolsonarista para destravar a pauta legislativa, incluindo a proposta de anistia para os envolvidos nos ataques de 8 de Janeiro. Segundo informações publicadas na coluna de Igor Gadelha, do portal Metrópoles, o presidente negou qualquer acerto com esse grupo.
Ainda assim, houve um entendimento entre as lideranças da Câmara para que os trabalhos fossem retomados. Esse acordo, articulado principalmente por partidos do centro, também incluiu a possibilidade de avançar com a chamada anistia “geral e irrestrita”, principal bandeira da oposição bolsonarista neste momento.
Nos bastidores, a movimentação teve a participação do ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). O líder do PL na Casa, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), chegou a se dirigir ao gabinete de Lira para participar das articulações, pouco depois de Motta ameaçar suspender parlamentares que continuassem ocupando o plenário.
Em entrevista, Hugo Motta reconheceu o papel de Lira durante a crise e afirmou que a colaboração de antigos líderes é natural em momentos de grande instabilidade. “É natural que todos possam colaborar em momentos como aquele que nós vivemos nos últimos dias. Foi uma tensão que, acredito eu, a Casa não viveu na sua história recente. Então é natural que todos possam se juntar e sempre buscando, através do diálogo, resolver”, declarou.
Com o impasse superado, os trabalhos legislativos voltaram à normalidade, embora o clima político continue tenso, com a oposição pressionando para ver suas pautas avançarem e o governo buscando manter o controle das negociações no Congresso.
