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Lula endurece tom contra EUA: “Brasil não será tratado como subalterno”
Presidente defende soberania nacional e diz que país está pronto para negociar tarifas em “igualdade de condições”
Por Redação 100.9
26 de Agosto de 2025 às 14:25
Durante a segunda reunião ministerial do ano, realizada nesta terça-feira (26/8), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou de forma contundente a postura do governo norte-americano, liderado por Donald Trump, nas recentes tensões comerciais envolvendo os dois países. Em meio à discussão sobre o chamado tarifaço imposto pelos Estados Unidos a produtos brasileiros, Lula deixou claro que o Brasil não aceitará relações de submissão.
“Estamos dispostos a sentar na mesa em igualdade de condições. O que não estamos dispostos é sermos tratados como se fôssemos subalternos. Isso nós não aceitamos de ninguém. É importante saber que nosso compromisso é com o povo brasileiro”, afirmou o presidente.
O encontro ocorreu no Palácio do Planalto e reuniu ministros e auxiliares diretos de Lula para avaliar os rumos do governo e discutir metas para o ciclo político que se estende até as eleições de 2026. O clima era de união, marcado por um gesto simbólico: boa parte dos presentes usava um boné azul com os dizeres “O Brasil é dos Brasileiros”.
No que diz respeito ao impasse comercial com Washington, Lula destacou que a equipe econômica e diplomática está mobilizada. Segundo ele, o vice-presidente Geraldo Alckmin, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o chanceler Mauro Vieira estão “24 horas por dia à disposição de negociar com quem quer que seja, o assunto que for, sobretudo na questão comercial”.
Ao abordar o papel dos Estados Unidos no cenário internacional, o presidente brasileiro criticou o que considera uma atitude de dominação global por parte da Casa Branca. “O governo dos Estados Unidos tem agido como se fosse imperador do planeta Terra. […] Nós somos um país soberano, temos uma Constituição, temos uma legislação, e quem quiser entrar nesses 8,5 milhões de quilômetros quadrados, no nosso espaço aéreo, no nosso espaço marítimo, nas nossas florestas, tem de prestar contas à nossa Constituição e à nossa legislação”, reforçou.
Além da questão comercial, Lula também comentou outros temas de interesse internacional e nacional. Demonstrou otimismo com o possível encerramento da guerra na Ucrânia e criticou veementemente o conflito entre Israel e o grupo Hamas. Em âmbito interno, voltou a atacar a família do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), com menções diretas ao deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
“O que está acontecendo hoje no Brasil com a família dos ex-presidente, e com o comportamento do filho dele nos Estados Unidos, é, possivelmente, uma das maiores traições que uma pátria sofre de filhos seus”, declarou.
Entre as pautas discutidas na reunião também estavam a regulamentação das big techs no país, a proposta de isenção de Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil, além da estratégia de comunicação do governo e os preparativos para o próximo ciclo eleitoral.
