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IA "mergulha" em vulcão siciliano e transforma a forma como estudamos essas estruturas
Tecnologia de inteligência artificial aliada à sismologia oferece visão sem precedentes da estrutura interna do Vulcano, na Itália
Por Redação 100.9
03 de Setembro de 2025 às 14:40
Imagine um mundo em que prever a erupção de um vulcão seja tão preciso quanto antecipar uma tempestade. Um grupo de cientistas na Itália acaba de dar um passo importante nessa direção — e o segredo está na união entre inteligência artificial e geociências.
Na região da Sicília, pesquisadores utilizaram algoritmos de IA em conjunto com dados sísmicos para criar uma espécie de "ultrassom vulcânico", capaz de reconstruir, em alta resolução, o interior do Vulcano — um dos vulcões mais emblemáticos da ilha.
A nova técnica permitiu visualizar, com um nível de detalhe nunca antes alcançado, as estruturas subterrâneas que alimentam o vulcão. Trata-se de uma inovação que pode transformar não apenas a forma como se entende a dinâmica vulcânica, mas também a maneira como se lida com os riscos associados às erupções.
Vulcões ainda são um mistério perigoso
Apesar de todos os avanços da ciência, os vulcões continuam sendo um dos fenômenos naturais mais imprevisíveis. Estima-se que mais de 800 milhões de pessoas em todo o mundo vivam nas proximidades de vulcões ativos — e muitos desses gigantes permanecem sem monitoramento adequado.
Hoje, apenas cerca de 30% dos aproximadamente 1.500 vulcões em atividade no planeta contam com sistemas de vigilância considerados satisfatórios. Isso deixa boa parte da população vulnerável a eventos repentinos e devastadores.
O uso da IA surge como uma ferramenta promissora para mudar esse cenário. Ao processar grandes volumes de dados sísmicos e geológicos, a tecnologia consegue criar modelos tridimensionais altamente precisos da crosta terrestre ao redor de vulcões.
Uma nova era para a vulcanologia
O estudo realizado no Vulcano é parte de um esforço mais amplo para tornar a vulcanologia uma ciência mais preditiva e menos reativa. Com a ajuda de ferramentas computacionais avançadas, os cientistas buscam compreender melhor como o magma se movimenta sob a superfície — um conhecimento fundamental para prever possíveis erupções.
Se essa abordagem continuar evoluindo, será possível não apenas antecipar catástrofes, mas também planejar melhor a ocupação humana em áreas de risco.
O projeto na Sicília representa um marco nessa jornada e indica que, finalmente, os vulcões — por muito tempo envoltos em mistério — podem estar começando a revelar seus segredos mais profundos.