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Cúpula entre Trump, Zelensky e líderes europeus aponta caminhos para o fim da guerra na Ucrânia
Reunião discutiu cessar-fogo, garantias de segurança e abriu possibilidade de encontro com Vladimir Putin
Por Redação 100.9
19 de Agosto de 2025 às 14:40
Washington – Em um movimento diplomático inédito desde o início da guerra na Ucrânia, o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reuniu-se nesta segunda-feira (18/8) com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e uma comitiva de líderes europeus na Casa Branca. O principal objetivo: avançar nas negociações para uma trégua e buscar uma eventual resolução para o conflito que já dura mais de três anos.
A cúpula, promovida por Trump, resultou em um gesto inesperado: uma ligação telefônica direta com Vladimir Putin, confirmada tanto pela Casa Branca quanto pelo Kremlin. A conversa abriu a possibilidade de um encontro trilateral entre Trump, Zelensky e o presidente russo – o que pode representar um divisor de águas nos esforços internacionais pela paz.
Participação de líderes globais Estiveram presentes nomes de peso da política internacional, como Emmanuel Macron (França), Giorgia Meloni (Itália), Friedrich Merz (Alemanha), Keir Starmer (Reino Unido), Ursula von der Leyen (Comissão Europeia), Alexander Stubb (Finlândia) e Mark Rutte (secretário-geral da Otan).
Entre os principais temas discutidos, estavam as garantias de segurança para Kiev, a coordenação entre Washington e aliados europeus e os passos estratégicos necessários para colocar fim ao confronto com Moscou.
Contato com o Kremlin Ao final da rodada de negociações, Trump surpreendeu ao anunciar que havia falado com Putin.
Segundo ele, a conversa foi “um passo inicial, mas muito bom” para a retomada do diálogo entre as partes.
“Ao final das reuniões, liguei para o presidente Putin e comecei a organizar uma reunião, em local a ser definido, entre ele e o presidente Zelensky. Após esse encontro, teremos uma reunião trilateral, que seria composta por nós três. Todos estão muito felizes com a possibilidade de paz para a Rússia e a Ucrânia”, declarou Trump.
A ligação foi confirmada por Yuri Ushakov, conselheiro do Kremlin, que também mencionou a “hospedagem calorosa” recebida por Putin durante uma recente cúpula no Alasca, além de elogiar os esforços diplomáticos de Trump.
Ushakov afirmou ainda que Moscou está disposta a ampliar o diálogo direto com a Ucrânia e manter comunicação constante com Washington sobre outras pautas internacionais.
Expectativas para a cúpula trilateral Antes do início das reuniões, Trump já havia indicado otimismo moderado sobre a chance de encerrar o conflito:
“A guerra vai acabar quando acabar. Não posso dizer quando, mas vai acabar. Este senhor [Zelensky] quer que ela acabe, e Putin também. O mundo inteiro está cansado disso e vamos encerrar”, afirmou.
O ex-presidente dos EUA também acenou com a possibilidade de reforçar o apoio militar americano ao esforço ucraniano: “Haverá muita ajuda”.
Se realizada, a cúpula entre os três líderes será o primeiro encontro conjunto entre eles desde o início da guerra, em fevereiro de 2022.
Acordos firmados durante a reunião Além dos esforços diplomáticos, a cúpula rendeu acordos importantes na área militar e econômica. Entre os principais pontos estão:
Compra de armamentos: A Ucrânia se comprometeu a adquirir até US$ 100 bilhões em armamentos dos EUA, com apoio financeiro de aliados europeus.
Indústria de drones: Um contrato de US$ 50 bilhões foi assinado entre Washington e Kiev para a produção de drones militares em território ucraniano.
Compensações de guerra: Zelensky voltou a defender que ativos russos congelados no Ocidente, estimados em US$ 300 bilhões, sejam usados para a reconstrução da Ucrânia.
Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, afirmou que os EUA e a União Europeia pretendem oferecer “fortes garantias de segurança” à Ucrânia, combinando investimentos militares e apoio econômico.
Zelensky reitera posição sobre paz Durante o encontro, o presidente ucraniano voltou a defender uma solução diplomática, mas deixou claro que não aceitará qualquer acordo que envolva perda de território para Moscou.
“Precisamos parar esta guerra, parar a Rússia. E precisamos do apoio dos nossos parceiros americanos e europeus”, disse Zelensky, mencionando recentes ataques à cidade de Kharkiv como exemplo da necessidade de acelerar os mecanismos de defesa.
Ele ainda declarou que o cessar-fogo pode ser um primeiro passo, mas ressaltou que qualquer avanço nas negociações depende do respeito à integridade territorial da Ucrânia.
