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PCDF deflagra operação contra golpe bilionário em falsos investimentos em Bitcoin
Criminosos prometiam lucros em uma plataforma digital fraudulenta; vítimas tinham o dinheiro retido e eram enganadas com desculpas sobre bloqueios. Organização movimentou mais de R$ 1 bilhão.
Por Redação 100.9
03 de Setembro de 2025 às 14:35
A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) deflagrou nesta quarta-feira (3/9) uma operação para desmontar uma organização criminosa acusada de aplicar golpes milionários por meio de falsas promessas de investimento em criptomoedas. Segundo as investigações, o grupo movimentou mais de R$ 1 bilhão apenas em 2024.
A quadrilha, formada principalmente por cidadãos chineses que viviam em São Paulo, operava através de uma suposta plataforma de investimentos chamada “EDBOX”. A ferramenta prometia altos rendimentos com aplicações em Bitcoin, mas na prática, impedia os investidores de sacar os valores.
Inteligência artificial e falsas promessas
O esquema começava com a inclusão das vítimas em grupos de WhatsApp, onde um suposto doutor em economia da USP oferecia dicas exclusivas de investimentos. No entanto, esse "especialista" era, na verdade, uma inteligência artificial programada para coletar dados pessoais e induzir os usuários a investir na plataforma fraudulenta.
Após realizarem os aportes, os clientes viam seus saldos crescerem dentro da EDBOX, o que criava uma falsa sensação de lucro. Porém, no momento em que solicitavam o resgate dos valores, eram surpreendidos com a justificativa de que uma força-tarefa da Polícia Federal teria bloqueado os fundos.
Para “liberar” o dinheiro, era exigido o pagamento de uma caução de 5%. Mesmo após o pagamento da taxa, o valor não era devolvido e a plataforma desaparecia. No Distrito Federal, uma única vítima relatou ter perdido mais de R$ 220 mil no golpe.
Lavagem de dinheiro e estrutura internacional
As investigações apontam que parte do dinheiro era lavado por meio da compra de criptomoedas, créditos de carbono e exportação de alimentos de Boa Vista (RR) para a Venezuela. Uma das empresas envolvidas na movimentação dos recursos ilícitos registrou mais de R$ 1 bilhão em transações suspeitas somente neste ano.
A estrutura da organização incluía brasileiros recrutados para administrar os grupos de WhatsApp e manter contato com as vítimas. Esses operadores seguiam um rígido manual de conduta e prestavam contas aos líderes chineses utilizando catálogos e relatórios em mandarim. Como pagamento, recebiam criptomoedas.
A operação
Batizada de Operação EDBOX, a ação foi coordenada pela 17ª Delegacia de Polícia de Taguatinga e pela Delegacia Especial de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC), ambas ligadas ao Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (DECOR). A operação também contou com o apoio de autoridades nos estados de Roraima, São Paulo, Mato Grosso, Bahia e Paraná.
Ao todo, foram cumpridos 21 mandados de busca e apreensão e três mandados de prisão temporária. As diligências ocorreram nas cidades de São Paulo (SP), Guarujá (SP), Boa Vista (RR), Curitiba (PR), Dourados (MT) e Entrerios (BA). Também foram realizados bloqueios judiciais de valores ligados à organização.
A investigação teve início em abril de 2024, após um aumento no número de denúncias de vítimas que relataram problemas com a plataforma EDBOX e interações com o suposto especialista em economia. Mais de 400 queixas já foram registradas em plataformas de reclamação online.
Ao fim do inquérito, os envolvidos devem responder por estelionato digital, organização criminosa e lavagem de dinheiro.