“A dengue já coloca mais de 3,6 milhões de pessoas sob risco apenas entre agosto de 2024 e julho de 2025, e quase 2,7 mil mortes foram registradas, a maioria no Brasil”, afirmou Stucchi, citando dados recentes. O aumento da circulação do vírus acompanha o avanço das mudanças climáticas e do aquecimento global. De acordo com a especialista, o número de municípios brasileiros infestados pelo mosquito vetor saltou de 1.753, em 1995, para 5.385 em 2024.
Apesar dos bons resultados, Stucchi ressaltou a importância de completar o esquema vacinal com duas doses. “Mesmo com resultados positivos, a eficácia da vacina depende de completar o esquema, e muitos adolescentes não recebem a segunda dose, o que limita o impacto da imunização em surtos futuros”, explicou.
Embora a taxa de eventos adversos seja ligeiramente superior à observada em outras vacinas, Stucchi considera que o imunizante se mantém seguro. “Esses eventos exigem vigilância, mas não comprometem o balanço de segurança do imunizante”, afirmou.
Para Stucchi, embora os avanços científicos sejam significativos, ainda há um longo caminho a ser percorrido. “Precisamos de vacinas tetravalentes de dose única, de marcadores sorológicos confiáveis para medir imunidade e de mais pesquisas em idosos e pessoas com comorbidades”, concluiu a médica.