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Imagem: Polícia Judiciária de Portugal
Narcosubmarino é interceptado com 1,7 tonelada de cocaína no Atlântico
Uma ação internacional prende quatro suspeitos que cruzavam o Oceano Atlântico em um narcosubmarino artesanal
Por Redação 100.9
05 de Novembro de 2025 às 16:47
Um narcosubmarino, transportando 1,7 tonelada de cocaína, foi interceptado pelas autoridades portuguesas no Atlântico Central na segunda-feira, 3 de novembro. A operação, batizada de "El Dorado", envolveu a Polícia Judiciária (PJ) e a Marinha de Portugal, com apoio da Agência Nacional de Combate ao Crime do Reino Unido e da Administração de Combate às Drogas dos Estados Unidos (DEA). O submersível foi localizado a cerca de 1.000 milhas náuticas (aproximadamente 1.852 km) da costa de Lisboa, depois que informações do Centro de Análise e Operações Marítimas (MAOC), em Lisboa, permitiram localizar a embarcação.
O narcosubmarino, de construção artesanal e tripulado por quatro sul-americanos, seguia para a Península Ibérica. Foi cercado por navios e helicópteros portugueses antes de ser abordado pela equipe de operação.
Os quatro tripulantes — dois equatorianos, um venezuelano e um colombiano — foram detidos e levados para os Açores, onde enfrentaram uma audiência judicial e tiveram prisão preventiva decretada. De acordo com a PJ, todos possuíam experiência marítima e faziam parte de uma rede criminosa internacional. O coordenador da unidade de combate ao narcotráfico da PJ, Vítor Ananias, destacou a natureza transnacional da operação, mencionando que "essas estruturas não estão sediadas em um único país, têm grande mobilidade e a capacidade de recrutar especialistas de diversas origens".
Operação sofisticada e riscos elevados
A apreensão do narcosubmarino revela a sofisticação do tráfico de drogas realizado por organizações criminosas sul-americanas. No interior da embarcação, foram encontrados mantimentos que garantiriam cerca de 20 dias de viagem, tempo necessário para atravessar o Atlântico entre a Venezuela e os Açores. Segundo as investigações, no ponto de transbordo planejado, uma lancha rápida recolheria a droga para levá-la à costa europeia.
Apesar da interceptação bem-sucedida, o submersível acabou afundando. O comandante da Marinha de Portugal, Ricardo Sá Granja, explicou que as péssimas condições do mar e a fragilidade da embarcação, que era feita predominantemente de fibra de vidro, impossibilitaram o reboque até o porto.
A cocaína apreendida teria um valor aproximado de 60 milhões de euros no mercado ilegal europeu. Este episódio é a segunda grande interceptação de um submersível feita pelas autoridades portuguesas em menos de um ano. Em março, outro submersível, também carregado com cocaína — desta vez, 6,5 toneladas — foi apreendido a 1.200 milhas de Lisboa.
A Polícia Judiciária acredita que as organizações criminosas sul-americanas continuam a aprimorar o uso de submersíveis para o transporte de drogas, uma alternativa discreta e difícil de detectar. A operação El Dorado também evidenciou a crescente colaboração internacional no combate ao narcotráfico marítimo, uma área cada vez mais ativa no tráfico global de cocaína. A rota entre a América do Sul e a Península Ibérica continua sendo uma das mais movimentadas, com viagens que demandam resistência e experiência dos tripulantes.